Um jogo assente numa história interativa onde um conjunto diversificado de pequenos enredos se vão interligando até ao resultado final. Não é um jogo assente numa forte jogabilidade, mas também não o precisa de ser para atingir o objetivo básico de qualquer jogo, transmitir emoções.
“É nos momentos de decisão que o teu destino é estabelecido.”
Tony Robbins
Tony Robbins
Life is Strange é um jogo de carácter episódico desenvolvido pelo estúdio francês da Dontnod Entertainment e publicado pela Square Enix. Numa primeira fase parece uma cópia mais reluzente dos “épicos” da Telltale, mas à medida que a história se vai desenvolvendo observa-se um estilo e uma arte completamente antagónicas a outros jogos episódicos, como por exemplo The Walking Dead.
Estamos a falar de um jogo onde decisões vão ser tomadas, mas, contrariamente aos padrões normalmente utilizados neste tipo de jogos, não seremos penalizados (de imediato) pelas nossas decisões nem teremos um tempo limite que prejudique a nossa capacidade de interpretação das diferentes possibilidades de resposta.
Este é um jogo de pausas, um jogo onde a pressa é inimiga da perfeição, um jogo onde tomar a decisão acertada é um exercício de ação, reação, retrocesso e novamente ação, num loop constante até ao resultado por nós considerado desejável. Complicado? Nem por isso. Comecemos pela parte essencial do jogo, a história.
Estamos a falar de um jogo onde decisões vão ser tomadas, mas, contrariamente aos padrões normalmente utilizados neste tipo de jogos, não seremos penalizados (de imediato) pelas nossas decisões nem teremos um tempo limite que prejudique a nossa capacidade de interpretação das diferentes possibilidades de resposta.
Este é um jogo de pausas, um jogo onde a pressa é inimiga da perfeição, um jogo onde tomar a decisão acertada é um exercício de ação, reação, retrocesso e novamente ação, num loop constante até ao resultado por nós considerado desejável. Complicado? Nem por isso. Comecemos pela parte essencial do jogo, a história.
A história de Life is Strange expande-se ao longo de cinco episódios, neles, a protagonista, Maxine Caulfield (Max), uma jovem estudante de fotografia ganha a habilidade de recuar no tempo. Este poder torna-se a base de todo o processo relacional de Max, a partir do momento em que o começa a usar todas as suas ações podem, dentro do respetivo momento, ser alteradas. Esta é base essencial não só da história mas também da jogabilidade.
Mas Life is Strange procura ser algo mais substancial e puro, procura ser um processo de descoberta individual e social onde as relações se vão fundindo através de múltiplos espaços temporais. O jogo começa logo a mostrar que algo de muito errado se está a passar. O início do jogo mostra-nos um pouco do futuro através de um sonho da protagonista, nele consegue-se observar um enorme tornado a destruir um farol. De seguida somos levados para o presente da protagonista que acorda numa sala de aula. Por minutos começamos a aprender as mecânicas do jogo e a conhecer alguns dos futuros protagonistas. Poucos minutos depois vemos como um amiga de infância de Max é assassinada com um tiro de pistola sendo neste momento que o poder de Max se põe em prática lançando a protagonista para o passado, mais precisamente quando acordou na sala de aula. Aí observa como todos os acontecimentos se repetem sistematicamente até novamente chegar ao momento do tiro, desta vez evitado por uma ação de Max alterando deste modo os acontecimentos.
Está dado o tiro de saída de Life is Strange. Com base neste poderes Max vai evoluir através de cinco episódios: Episode 1 -- Chrysalis (Crisálida), Episode 2 — Out of Time (Fora de Tempo), Episode 3 — Chaos Theory (Teoria do Caos), Episode 5 — Dark Room (Quarto Escuro) e Episode 5 — Polarized (Polarizada). Como é óbvio, a própria denominação dos episódios é definidora da evolução do jogo.
Mas Life is Strange procura ser algo mais substancial e puro, procura ser um processo de descoberta individual e social onde as relações se vão fundindo através de múltiplos espaços temporais. O jogo começa logo a mostrar que algo de muito errado se está a passar. O início do jogo mostra-nos um pouco do futuro através de um sonho da protagonista, nele consegue-se observar um enorme tornado a destruir um farol. De seguida somos levados para o presente da protagonista que acorda numa sala de aula. Por minutos começamos a aprender as mecânicas do jogo e a conhecer alguns dos futuros protagonistas. Poucos minutos depois vemos como um amiga de infância de Max é assassinada com um tiro de pistola sendo neste momento que o poder de Max se põe em prática lançando a protagonista para o passado, mais precisamente quando acordou na sala de aula. Aí observa como todos os acontecimentos se repetem sistematicamente até novamente chegar ao momento do tiro, desta vez evitado por uma ação de Max alterando deste modo os acontecimentos.
Está dado o tiro de saída de Life is Strange. Com base neste poderes Max vai evoluir através de cinco episódios: Episode 1 -- Chrysalis (Crisálida), Episode 2 — Out of Time (Fora de Tempo), Episode 3 — Chaos Theory (Teoria do Caos), Episode 5 — Dark Room (Quarto Escuro) e Episode 5 — Polarized (Polarizada). Como é óbvio, a própria denominação dos episódios é definidora da evolução do jogo.
O jogo passa por diferentes fases com Max a crescer a cada episódio, quer no controlo dos seus poderes, quer na interpretação das suas consequências. Mas Life is Strange é acima de tudo um jogo com coração onde a humanidade é vista sob variados prismas. É no desenvolvimento das diferentes personagens que o jogo sobressai. Temos por um lado Max, calma, ponderada e com um grande coração e por outro Chloe, a sua explosiva melhor amiga em busca de uma pessoa desaparecida. Temos depois um enorme repertório de personagens secundárias que pouco a pouco vão evoluindo até assumirem um lugar de destaque.
Diversos temas são desenvolvidos, entre outros temos o bullying nas escolas, as drogas e a integração social. O enredo principal assenta em duas premissas: encontrar Rachel Ambers (a miúda desaparecida que Chloe anseia encontrar) e perceber o que se está a passar com o clima em Arcadia Bay (o local onde o jogo se desenvolve).
Não se pode dizer que tudo é perfeito, diversos clichês são observáveis, desde a cultura americana ou chavões típicos de estudantes e respetivos comportamentos. Mas se inicialmente isto se torna objetivamente negativo, é reconfortante ver como quase todos as personagens sofrem uma evolução ao longo dos episódios.
A história também não responde a todas as questões, sendo o resultado final do jogo questionável a muitos níveis, quer no resultado das nossas escolhas, quer nas implicações dos próprios acontecimentos. Não se consegue deixar de se ter uma sensação de dejá vu no paralelismo, no “brincar” com a linha temporal e nas respetivas consequências.
Diversos temas são desenvolvidos, entre outros temos o bullying nas escolas, as drogas e a integração social. O enredo principal assenta em duas premissas: encontrar Rachel Ambers (a miúda desaparecida que Chloe anseia encontrar) e perceber o que se está a passar com o clima em Arcadia Bay (o local onde o jogo se desenvolve).
Não se pode dizer que tudo é perfeito, diversos clichês são observáveis, desde a cultura americana ou chavões típicos de estudantes e respetivos comportamentos. Mas se inicialmente isto se torna objetivamente negativo, é reconfortante ver como quase todos as personagens sofrem uma evolução ao longo dos episódios.
A história também não responde a todas as questões, sendo o resultado final do jogo questionável a muitos níveis, quer no resultado das nossas escolhas, quer nas implicações dos próprios acontecimentos. Não se consegue deixar de se ter uma sensação de dejá vu no paralelismo, no “brincar” com a linha temporal e nas respetivas consequências.
A jogabilidade de Life is Strange não será muito diferente de quem já experimentou outros jogos episódicos como os da Telltale. Quase todas as nossas ações são baseadas em escolhas e na interpretação de objectos e acontecimentos. A maioria das ações tem por base o retículo, apontar para um determinado ponto e escolher, dentro de uma ou mais opções, aquilo que se pretende fazer.
O controlo do tempo é limitado a um período específico de tempo. Após mudarmos de local ou acontecimento não se poderá recuar e alterar as nossas escolhas. Independentemente destas limitações controlar os acontecimentos com base na antecipação dos mesmos é reconfortante pois se por um lado perdemos a sensação de urgência, por outro ganhamos uma compreensão superior dos nossos atos.
Também se observam alguns puzzles, especialmente a partir do episódio 3. Os puzzles exigem regulamente, se não sempre, o uso do controlo temporal. Uma coisa é certa, vamos retroceder nas nossas decisões muitas vezes.
O controlo do tempo é limitado a um período específico de tempo. Após mudarmos de local ou acontecimento não se poderá recuar e alterar as nossas escolhas. Independentemente destas limitações controlar os acontecimentos com base na antecipação dos mesmos é reconfortante pois se por um lado perdemos a sensação de urgência, por outro ganhamos uma compreensão superior dos nossos atos.
Também se observam alguns puzzles, especialmente a partir do episódio 3. Os puzzles exigem regulamente, se não sempre, o uso do controlo temporal. Uma coisa é certa, vamos retroceder nas nossas decisões muitas vezes.
O jogo apresenta um estilo de arte muito bem conseguido, brilhante em muito momentos. Não estamos a falar de um jogo com gráficos topo de gama e ultra realistas, estamos a falar de um jogo com um estilo gráfico único, exemplificado de forma excecional e que se enquadra perfeitamente no ritmo do jogo.
O ambiente de Life is Strange também atinge uma qualidade soberba. O controlo das velocidades narrativas e visuais é fenomenal. Em nenhum momento o jogo nos permite acelerar ou abrandar, leva-nos para onde quer, ao ritmo que quer de forma a atingir os seus objetivos previamente delineados. Obviamente, haverá quem não aprecie este tipo de controlo, mas sem ele o jogo perderia muito da sua alma.
A banda sonora é excelente pela facilidade com que se enquadra nas necessidades e na temporização do jogo. Ver Max sentar-se e toda a envolvência a mudar pela banda sonora é uma experiência memorável.
O ambiente de Life is Strange também atinge uma qualidade soberba. O controlo das velocidades narrativas e visuais é fenomenal. Em nenhum momento o jogo nos permite acelerar ou abrandar, leva-nos para onde quer, ao ritmo que quer de forma a atingir os seus objetivos previamente delineados. Obviamente, haverá quem não aprecie este tipo de controlo, mas sem ele o jogo perderia muito da sua alma.
A banda sonora é excelente pela facilidade com que se enquadra nas necessidades e na temporização do jogo. Ver Max sentar-se e toda a envolvência a mudar pela banda sonora é uma experiência memorável.
Um jogo desta natureza vive de emoções. Compreendo quem pense que numa avaliação mais fria a nota final real estaria centrada ente os 80%–85%. Talvez, mas nesta avaliação o fator emocional prevaleceu, não me refiro, como é óbvio, ao que sinto pelo jogo, mas sim ao que o jogo me conseguiu transmitir. Foi um jogo que me ficou na memória. Recordo a minha reação quando finalizei o jogo e facilmente concluí que o jogo entrou dentro da minha alma a um nível semelhante à obra de arte da Telltale (o primeiro The Walking Dead).
Algumas coisas são altamente questionáveis e isso é o único fator realmente penalizador do jogo. Obviamente, a jogabilidade poderia ser melhor, mais dinâmica, mas nada que não seja normal em jogos deste tipo.
Resumindo, Life is Strange é um jogo único que merece respeito por tentar oferecer uma viagem inesquecível e única (que não original). É um jogo com uma alma muito própria, com personagens marcantes e com um excelente trabalho de voz por parte dos atores, pena haver algumas falhas técnicas nas suas versões digitais, que apresentam alguns defeitos na sincronização labial.
É um jogo imprescindível a quem quer experimentar sentir algo de diferente, um jogo que ou se odeia ou nos entra pela alma de forma incontrolável. Quem não gostar vai rapidamente esquecê-lo, quem o adorar vai para sempre recordá-lo.
Pontos Positivos
Pontos Negativos
90/100
Por: Blindsnake
Segundas opiniões:
"Experienciei Life is Stange numa maratona de 8 horas, incapaz de abandonar Arcadia Bay e as personagens que havia conhecido. Posso dizer isso de poucos jogos. E se Life is Strange falha como jogo com a falta de jogabilidade propriamente dita, traz, no entanto, um história que nos prende, mesmo nos momentos mais previsíveis e quando os clichês e inspirações são mais óbvios. Um excelente trabalho artístico que demonstra mais uma vez que este meio é arte, brilhando no campo narrativo, sonoro, gráfico e nas atuações inspiradas capazes de trazer as personagens à vida."
8/10
— Jackhitman
Algumas coisas são altamente questionáveis e isso é o único fator realmente penalizador do jogo. Obviamente, a jogabilidade poderia ser melhor, mais dinâmica, mas nada que não seja normal em jogos deste tipo.
Resumindo, Life is Strange é um jogo único que merece respeito por tentar oferecer uma viagem inesquecível e única (que não original). É um jogo com uma alma muito própria, com personagens marcantes e com um excelente trabalho de voz por parte dos atores, pena haver algumas falhas técnicas nas suas versões digitais, que apresentam alguns defeitos na sincronização labial.
É um jogo imprescindível a quem quer experimentar sentir algo de diferente, um jogo que ou se odeia ou nos entra pela alma de forma incontrolável. Quem não gostar vai rapidamente esquecê-lo, quem o adorar vai para sempre recordá-lo.
Pontos Positivos
- Desenvolvimento das personagens.
- Controlo do tempo.
- A arte do jogo e o seu estilismo.
- Excelente banda sonora.
- Ambiente do jogo muito bem implementado.
- Prestações vocais de alta qualidade.
- Desenvolvimento do processo de imersão.
Pontos Negativos
- Ligação entre decisões e consequências, especialmente no fim do jogo.
- Falhas de sincronização labial.
- Jogabilidade simplista.
- Alguns diálogos e personagens demasiado clichês.
90/100
Por: Blindsnake
Segundas opiniões:
"Experienciei Life is Stange numa maratona de 8 horas, incapaz de abandonar Arcadia Bay e as personagens que havia conhecido. Posso dizer isso de poucos jogos. E se Life is Strange falha como jogo com a falta de jogabilidade propriamente dita, traz, no entanto, um história que nos prende, mesmo nos momentos mais previsíveis e quando os clichês e inspirações são mais óbvios. Um excelente trabalho artístico que demonstra mais uma vez que este meio é arte, brilhando no campo narrativo, sonoro, gráfico e nas atuações inspiradas capazes de trazer as personagens à vida."
8/10
— Jackhitman