A sensação indie do ano, escrito com paixão e humor, Undertale é diferente de tudo o que já jogaram.
Há pouco que eu possa (ou queira) contar de Undertale sem afetar a experiência a quem ainda não o pôde jogar. Contem, como tal, com uma análise muito pequena.
À primeira vista o jogo não parece mais do que apenas outro JRPG feito por uma só pessoa ou equipa pequena, com gráficos 8-bit e a mesma jogabilidade de sempre. E o jogo é, de facto, um jogo ao estilo de um JRPG, criado por Toby Fox, com gráficos 8-bit. O que o torna especial e lhe deu bastante fama é no entanto a jogabilidade, bem diferente do que costumamos encontrar. Mistura de forma maravilhosa a narrativa e conversas com os NPC com o tradicional combate por turnos e com pequenas secções de plataformas.
Como? Bem, Undertale não é o típico jogo em que tudo se resolve chacinando os nossos adversários (se bem que esta é uma opção também), mas em que também temos a possibilidade de tentar resolver as coisas... falando e mostrando misericórdia. Em todos os confrontos podem contar com a possibilidade de, por exemplo, abraçar, animar ou ameaçar (entre outras) o inimigo de forma a resolver a situação de forma pacífica. E a maneira como escolhemos resolver cada conflito tem impacto directo na narrativa, tanto no presente playthrough como em futuros. Porque Undertale comporta-se como se fosse Psycho Mantis. Sabe todos os nossos movimentos e reage de acordo com eles. Morreram e tiveram de recarregar uma gravação? Os NPC vão ficar a saber disso. Recomeçam o jogo? Também vão ter noção. Entre muitas outras coisas, estes são dos momentos mais significantes que ficam recordados no jogo.
Quando um combate se torna violento é também interessante. Se por um lado os nossos ataques recorrem a um simples sistema de "clica quando a barra que se mexe estiver na área verde", quando é o turno dos adversários, a coisa anima-se. Aí controlamos a nossa alma, representada por um coração, dentro de um quadrado e temos que nos desviar dos ataques dos inimigos como se fosse um jogo de plataformas. Não só estas secções são bastante desafiantes pois requerem bom timing e precisão, como são também bastante divertidas.
Deixando de parte o combate, apenas posso comentar acerca da escrita, que está quase perfeita. O jogo consegue ser extremamente emotivo e apresenta personagens que nos tocam, como também consegue ser ridículo e cheio de humor que às vezes é bastante básico até. Misturar temas relativamente sérios com piadas não é propriamente fácil, mas Toby conseguiu fazê-lo com mestria e não posso deixar de recomendar o jogo a quem procura uma excelente história com personagens cativantes.
Para terminar, faltam mencionar os ocasionais puzzles na navegação do cenário (que costumam ser relativamente fáceis e às vezes servem como piadas em vez de como desafio) e a excelente banda sonora e apresentação.
Um indie de culto, sem dúvida, que desde cedo cativou os jogadores (é provavelmente o único jogo no Steam com mais de 2000 reviews que tem 99% delas positivas). Se ainda não experimentaram, urjo-vos a que o façam.
9/10
Por: Jackhitman
À primeira vista o jogo não parece mais do que apenas outro JRPG feito por uma só pessoa ou equipa pequena, com gráficos 8-bit e a mesma jogabilidade de sempre. E o jogo é, de facto, um jogo ao estilo de um JRPG, criado por Toby Fox, com gráficos 8-bit. O que o torna especial e lhe deu bastante fama é no entanto a jogabilidade, bem diferente do que costumamos encontrar. Mistura de forma maravilhosa a narrativa e conversas com os NPC com o tradicional combate por turnos e com pequenas secções de plataformas.
Como? Bem, Undertale não é o típico jogo em que tudo se resolve chacinando os nossos adversários (se bem que esta é uma opção também), mas em que também temos a possibilidade de tentar resolver as coisas... falando e mostrando misericórdia. Em todos os confrontos podem contar com a possibilidade de, por exemplo, abraçar, animar ou ameaçar (entre outras) o inimigo de forma a resolver a situação de forma pacífica. E a maneira como escolhemos resolver cada conflito tem impacto directo na narrativa, tanto no presente playthrough como em futuros. Porque Undertale comporta-se como se fosse Psycho Mantis. Sabe todos os nossos movimentos e reage de acordo com eles. Morreram e tiveram de recarregar uma gravação? Os NPC vão ficar a saber disso. Recomeçam o jogo? Também vão ter noção. Entre muitas outras coisas, estes são dos momentos mais significantes que ficam recordados no jogo.
Quando um combate se torna violento é também interessante. Se por um lado os nossos ataques recorrem a um simples sistema de "clica quando a barra que se mexe estiver na área verde", quando é o turno dos adversários, a coisa anima-se. Aí controlamos a nossa alma, representada por um coração, dentro de um quadrado e temos que nos desviar dos ataques dos inimigos como se fosse um jogo de plataformas. Não só estas secções são bastante desafiantes pois requerem bom timing e precisão, como são também bastante divertidas.
Deixando de parte o combate, apenas posso comentar acerca da escrita, que está quase perfeita. O jogo consegue ser extremamente emotivo e apresenta personagens que nos tocam, como também consegue ser ridículo e cheio de humor que às vezes é bastante básico até. Misturar temas relativamente sérios com piadas não é propriamente fácil, mas Toby conseguiu fazê-lo com mestria e não posso deixar de recomendar o jogo a quem procura uma excelente história com personagens cativantes.
Para terminar, faltam mencionar os ocasionais puzzles na navegação do cenário (que costumam ser relativamente fáceis e às vezes servem como piadas em vez de como desafio) e a excelente banda sonora e apresentação.
Um indie de culto, sem dúvida, que desde cedo cativou os jogadores (é provavelmente o único jogo no Steam com mais de 2000 reviews que tem 99% delas positivas). Se ainda não experimentaram, urjo-vos a que o façam.
9/10
Por: Jackhitman