Amnesia: The Dark Descent é um dos mais famosos e aclamados jogos de terror de sempre. Mas foi A Machine for Pigs capaz de manter a qualidade?
A combinação de ambientes opressivos, exploração, interatividade e a constante presença de um inimigo contra o qual somos impotentes foi o que fez do Amnesia original um sucesso, jogabilidade que a Frictional Games havia começado a desenvolver com a sua série Penumbra, na qual tinha dado provas de funcionar maravilhosamente. Mas foi com Amnesia que a aperfeiçoou. E em essência, AmfP mantém a mesma fórmula, apesar de ter sido desenvolvida por uma companhia diferente, a The Chinese Room, criadores de Dear Esther.
Controlamos Mangus, descendente afastado de Daniel, o protagonista do jogo anterior, e como este acordamos com amnésia numa mansão. Desta vez, no entanto, o que nos guia são as vozes dos nossos filhos, que ouvimos na distância, e ocasionais chamadas telefónicas de um indivíduo misterioso que nos diz que eles estão presos algures debaixo da mansão, dentro da máquina, que havia sido sabotada, e para os salvarmos temos primeiro de a reparar.
E assim, sem muitas informações, dirigimo-nos para as entranhas da misteriosa máquina, sendo que à medida que avançamos Mangus vai aos poucos recuperando partes da sua memória e encontrando pequenas notas, escrevendo no seu diário e ouvindo gravações em gramofones, tudo isto servindo para explicar a história, sendo quase um puzzle que o jogador deve completar para compreender a extensa cadeia de eventos que antecederam os do jogo e que levam aos acontecimentos que presenciamos no decorrer do jogo.
A narrativa está geralmente bem conseguida e, apesar de algumas partes serem fáceis de prever e alguns detalhes da mesma serem praticamente iguais aos da história do jogo anterior, consegue manter o interesse do jogador durante todo o jogo, mesmo quando o clímax/final do jogo se arrasta para lá do necessário (mas mais acerca disto à frente). Nada de absolutamente genial, mas nota-se uma tentativa de fazer algo especial por parte dos escritores.
Controlamos Mangus, descendente afastado de Daniel, o protagonista do jogo anterior, e como este acordamos com amnésia numa mansão. Desta vez, no entanto, o que nos guia são as vozes dos nossos filhos, que ouvimos na distância, e ocasionais chamadas telefónicas de um indivíduo misterioso que nos diz que eles estão presos algures debaixo da mansão, dentro da máquina, que havia sido sabotada, e para os salvarmos temos primeiro de a reparar.
E assim, sem muitas informações, dirigimo-nos para as entranhas da misteriosa máquina, sendo que à medida que avançamos Mangus vai aos poucos recuperando partes da sua memória e encontrando pequenas notas, escrevendo no seu diário e ouvindo gravações em gramofones, tudo isto servindo para explicar a história, sendo quase um puzzle que o jogador deve completar para compreender a extensa cadeia de eventos que antecederam os do jogo e que levam aos acontecimentos que presenciamos no decorrer do jogo.
A narrativa está geralmente bem conseguida e, apesar de algumas partes serem fáceis de prever e alguns detalhes da mesma serem praticamente iguais aos da história do jogo anterior, consegue manter o interesse do jogador durante todo o jogo, mesmo quando o clímax/final do jogo se arrasta para lá do necessário (mas mais acerca disto à frente). Nada de absolutamente genial, mas nota-se uma tentativa de fazer algo especial por parte dos escritores.
Graficamente, o jogo está decente, tendo acima de tudo em conta os requisitos modestos que pede, se bem que algumas texturas sejam extremamente pixelizadas e haja alguma falta de detalhe.
Os cenários mostram bem o estilo industrial da época (1899), mas ficam repetitivos extremamente rápido pois passamos a grande maioria do tempo algures na máquina e esta é composta acima de tudo por tubos… O design dos níveis no entanto é bom, nunca nos vamos sentir perdidos, mas há uma óbvia falta de puzzles para viajar por estes. Os puzzles que de facto existem nem merecem esse nome porque são exclusivamente obter objeto A para colocar no local B e poder avançar, e o objeto em questão está normalmente a uns 5 metros de distância…
Mas sendo este um Amnesia, é óbvio que temos também algum tipo de monstro a caçar-nos e a aumentar o desafio de viajar através dos mapas, ou em teoria devíamos. O monstro que nos persegue aparece um total de cinco ou seis vezes no jogo todo e em nenhuma delas apresenta qualquer tipo de problemas para ser ultrapassado e, como tal, nenhum tipo de tensão ou medo surge nestes momentos. Nem sequer nos persegue com a mesma intensidade que o fazia em The Dark Descent. A Machine for Pigs é absolutamente incapaz de criar o mais mínimo sentimento de urgência ou terror, algo que o jogo original fazia de forma excelente desde os primeiros momentos. Parte deste problema surge porque várias mecânicas foram removidas, nomeadamente a necessidade de encontrar material para manter a lanterna acessa, a barra de vida (agora esta regenera como num FPS moderno) e a famosa sanidade que desaparecia se passávamos demasiado tempo nas sombras ou se olhávamos para o que nos perseguia.
Os cenários mostram bem o estilo industrial da época (1899), mas ficam repetitivos extremamente rápido pois passamos a grande maioria do tempo algures na máquina e esta é composta acima de tudo por tubos… O design dos níveis no entanto é bom, nunca nos vamos sentir perdidos, mas há uma óbvia falta de puzzles para viajar por estes. Os puzzles que de facto existem nem merecem esse nome porque são exclusivamente obter objeto A para colocar no local B e poder avançar, e o objeto em questão está normalmente a uns 5 metros de distância…
Mas sendo este um Amnesia, é óbvio que temos também algum tipo de monstro a caçar-nos e a aumentar o desafio de viajar através dos mapas, ou em teoria devíamos. O monstro que nos persegue aparece um total de cinco ou seis vezes no jogo todo e em nenhuma delas apresenta qualquer tipo de problemas para ser ultrapassado e, como tal, nenhum tipo de tensão ou medo surge nestes momentos. Nem sequer nos persegue com a mesma intensidade que o fazia em The Dark Descent. A Machine for Pigs é absolutamente incapaz de criar o mais mínimo sentimento de urgência ou terror, algo que o jogo original fazia de forma excelente desde os primeiros momentos. Parte deste problema surge porque várias mecânicas foram removidas, nomeadamente a necessidade de encontrar material para manter a lanterna acessa, a barra de vida (agora esta regenera como num FPS moderno) e a famosa sanidade que desaparecia se passávamos demasiado tempo nas sombras ou se olhávamos para o que nos perseguia.
Com tudo isto em conta, o jogo acaba por ser um passeio de 5 ou 6 horas por corredores escuros, com uma interatividade mínima com o mundo de jogo e com o terror completamente esquecido em prol de uma experiência extremamente simplificada e algumas tentativas de jump-scares muito mal conseguidas.
Note-se que o jogo demora apenas cerca de 6 horas e mesmo assim, como já havia mencionado, o final do jogo arrasta-se muito para além do necessário depois de um primeiro momento climático da história. Passamos cerca de uma ou duas horas no final do jogo a completar mais puzzles ridiculamente simplistas sem que a história realmente avance e sem necessidade de tal acontecer para além de ser uma tentativa barata de tornar o jogo imersivo.
No fim de contas, A Machine for Pigs parece ter mais de Dear Esther do que de Amnesia, sendo uma pilha de boas ideias e temas com muito má execução. Uma verdadeira oportunidade desperdiçada que não faz jus ao título e, no geral, um jogo muito aborrecido.
Note-se que o jogo demora apenas cerca de 6 horas e mesmo assim, como já havia mencionado, o final do jogo arrasta-se muito para além do necessário depois de um primeiro momento climático da história. Passamos cerca de uma ou duas horas no final do jogo a completar mais puzzles ridiculamente simplistas sem que a história realmente avance e sem necessidade de tal acontecer para além de ser uma tentativa barata de tornar o jogo imersivo.
No fim de contas, A Machine for Pigs parece ter mais de Dear Esther do que de Amnesia, sendo uma pilha de boas ideias e temas com muito má execução. Uma verdadeira oportunidade desperdiçada que não faz jus ao título e, no geral, um jogo muito aborrecido.
55/100
por: Jackhitman