Esmaguem a autoridade.
Em 2001 é lançado na indústria Red Faction, um FPS extremamente inovador para a altura e no qual podíamos destruir absolutamente tudo, edifícios e paredes/solo incluídos. Contudo, o jogo teve apenas um sucesso moderado e teve direito a uma sequela, Red Faction II, que esteve longe das expetativas e que fez levar o franchise até ao esquecimento. Foi então que em 2009 saiu Guerrilla, uma espécie de reboot à série. Este título, passados 50 anos depois do Red Faction original, apresenta-se desta vez como um jogo na 3.ª pessoa em mundo aberto e que preserva a principal característica da série, a destruição total dos cenários, de uma forma quase exímia, sendo que foi todo ele construído no motor de jogo Geomod 2.0, feito especificamente para este jogo.
A história do jogo passa-se em Marte, no século XXII. A EDF, uma organização militar vinda da Terra, está a oprimir e a exercer leis extremamente duras aos mineiros que trabalham em Marte (as minas são o motivo da colonização humana do planeta). É então que chega a Marte Alec Mason, um engenheiro de demolições, que procura um novo emprego longe de casa. Ao encontrar-se com o irmão, que já trabalhava em Marte há bastante tempo, depressa descobre que Marte não era o paraíso que lhe prometiam ser e que afinal era ainda pior do que a Terra. Após a morte inesperada do irmão aos braços da EDF, Alec Mason vê-se quase involuntariamente aliado à Red Faction, uma organização de resistência que visa libertar Marte da opressão da EDF através de uma guerra com base em tácticas de guerrilha, daí o nome do jogo. Isto leva-nos à estrutura básica de progressão do mesmo: existe um sector com várias missões espalhadas, o jogador realiza essas missões e destrói propriedades da EDF de modo a trazer o controlo que esta tem sobre esse sector até zero, e de seguida desbloqueia a missão para libertar esse tal sector. Esta ordem é unânime em todos os sectores de Marte e faz com que o jogador passe tanto tempo a vaguear pelo mapa à procura de alvos a abater (e por alvos, leia-se edifícios) como tanto tempo a fazer missões propriamente ditas. Isto leva a uma campanha algo desfragmentada e faz com que seja algo curta e pouco explorada (a história, apesar de ter alguns momentos bons, está longe de ser algo de especial ou particularmente memorável), mas mesmo assim, compreende ainda umas dez a 12 horas de jogo só para libertar todos os sectores (e acabar a campanha).
A nível de jogabilidade, é de salientar que a já referida destruição total apenas se aplica a edifícios e estruturas em geral, veículos e adereços. Não é possível escavar túneis nos montes como no título original, mas não deixa de ser uma experiência ímpar. A física dos edifícios e a maneira como colapsam não é cientificamente correta mas foi a única maneira de tornar tal coisa exequível em 2009, e tomando isto em conta, cumpre aquilo que promete. As armas são algo improvisadas e únicas, e são uma delícia de utilizar. Apenas a clássica Assault Rifle e outras armas mais convencionais deste tipo pecam devido ao sistema supérfluo de shooter e ao sistema de cobertura inexistente. É de realçar também os veículos, divertidos de conduzir, mas que são traiçoeiros devido à força da gravidade de Marte, que é inferior à da Terra. Isto reflete-se em saltos mais longos do que o habitual, numa menor aderência à estrada e em saltos quase lunáticos por parte da personagem. É um detalhe interessante e que só serve para enriquecer a jogabilidade, tornando-a mais frenética e instável, o que é positivo. Graficamente o jogo cumpre todas as expetativas. Considerando já a quantidade de recursos que são necessários para manter o sistema de demolição fluido e funcional, seria de esperar gráficos mais fracos, mas tal não acontece. Apesar de algumas paisagens serem um bocado desenxabidas, continua a dar um bom sentimento de imersão.
A nível sonoro, o jogo mostra também alguma proficiência, e apesar de não ter uma banda sonora por aí além, os sons das armas são fantásticos e as vozes das personagens aceitáveis, embora longe de brilhantes. Destaque ainda para o multijogador, que apesar de já ter pouca gente continua a ser divertido, e para a quantidade avassaladora de colecionáveis que decerto se provarão ser um desafio até para o colecionador mais persistente. Não obstante, é também necessário referir que esta análise foi feita com base na versão Steam do jogo, que sofreu um patch em 2014 que removeu o GFWL, adicionou funcionalidades Steamworks, ofereceu o DLC a todos os jogadores e otimizou o modo DirectX10 do jogo, que era uma lástima, melhorando assim a experiência global de Red Faction: Guerrilla. Para finalizar, este foi o jogo que prometeu reavivar um franchise e cumpriu a sua promessa. É um marco na indústria e, apesar de estar longe de perfeito, continua a ser uma referência. Recomendável, mas apenas com uma pequena dose de paciência para se poder passar por entre os momentos mais aborrecidos e para se poder tolerar os bugs mais constrangedores que possam assombrar a experiência de uma forma calma e tranquila.
DLC:
O DLC é uma boa adição ao jogo, adicionando mais um sector para libertar, mas desta vez sobre a pele de outra personagem e num regime de analepse, ou seja, antes dos acontecimentos da história principal. Este DLC, apesar de curto, oferece algumas missões excelentes e é francamente uma excelente adição ao jogo.
83/100
Alternativas:
- Red Faction: Armaggeddon
- Saints Row: The Third
Por: Tiagozak
DLC:
O DLC é uma boa adição ao jogo, adicionando mais um sector para libertar, mas desta vez sobre a pele de outra personagem e num regime de analepse, ou seja, antes dos acontecimentos da história principal. Este DLC, apesar de curto, oferece algumas missões excelentes e é francamente uma excelente adição ao jogo.
83/100
Alternativas:
- Red Faction: Armaggeddon
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Por: Tiagozak
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