O que há a dizer da Beta do novo TCG da Wargaming.net
World of Tanks Generals é um jogo de cartas colecionáveis online, tal como Hearthstone: Heroes of Warcraft, por exemplo, baseado no universo de jogo do famoso título gratuito da Wargaming.net, World of Tanks. Este título é um jogo de browser, pelo que não é necessária instalação.
A Beta fechada ficou disponível no início deste mês de março e oferece algumas opções básicas. O jogo consiste em batalhas de carros de combate estratégicas num tabuleiro com 15 quadrados, nos quais são jogados os diferentes tipos de carros de combate, que se podem movimentar pelo tabuleiro. Dois dos espaços no campo de batalha encontram-se permanentemente ocupados pelos HQ, que são praticamente a nossa personagem e contam com pontos de vida, que variam conforme a classe que utilizamos. Para vencer há que acabar com os pontos de vida do adversário. Claro que para isso tem que se atacar o oponente com os carros de combate, que teremos de cuidadosamente deslocar até a um dos três quadrados que o circundam. Também é possível atacar com os HQ, pois estes possuem ataques à distância.
As cartas no jogo não são bem "colecionáveis", mas sim desbloqueáveis, pelo que é preciso ganhar experiência para ir caminhando pela árvore de cartas. O máximo de cartas iguais que se pode ter e usar são três, enquanto que quarenta é o número de cartas no baralho. Os baralhos são personalizáveis e têm um valor de "força", pelo que cartas mais fortes adicionam mais valor ao baralho, valor este que depois influencia o emparelhamento com outros jogadores. Há três classes, correspondentes a três forças da II Guerra Mundial: URSS, Alemanha e E.U.A., sendo que cada uma tem pontos de vida, recursos (pontos necessários para jogar as cartas, como o habitual "mana") e dano alternados. Existem vários tipos de cartas, havendo ordens (cartas com efeito instantâneo na batalha), carros de combate e cartas de suporte (cartas que têm alteram parâmetros ou têm efeitos especiais e são colocadas em slots próprios), estas últimas podem ser ofensivas ou defensivas. Quanto aos carros de combate, são de cinco tipos: Heavy Tanks, que são carros de combate pesados e poderosos mas que não têm contra-ataque depois de atacarem, isto é, não causam dano ao carros de combate que os ataca (dano mútuo) após terem atacado uma vez; Medium Tanks, que são carros de combate versáteis, capazes de se mover também na diagonal; Light Tanks, que são carros de combate mais fracos mas que se movem logo quando jogados (não têm que esperar um turno) e podem mover-se dois quadrados ou um quadrado na diagonal; SPG, que são unidades que atacam à distância, ainda que este tipo de ataque esteja limitado aos carros de combate já avistados (spotted), ou seja, que já tiveram um carros de combate aliado num quadrado adjacente; e Tank Destroyers, que são veículos que têm a vantagem de atacar sempre primeiro, sendo pois mais difíceis de matar diretamente por carros de combate com pouca vida.
O jogo é fácil de aprender e consegue envolver o jogador em vários combates interessantes em apenas alguns minutos. Podia explicar mais do jogo em si, mas o que está aqui a ser transmitido é na verdade o que achei do jogo. Assim sendo, há que dizer várias coisas: o jogo não é muito apelativo no que diz respeito à estética e às animações, tornando-se por vezes aborrecido; as cartas não têm muito impacto e são só meros meios de jogo, sem terem a sua importância exaltada; os combates são muito morosos, sobretudo quando ainda se está a aprender; é muito complicado virar um jogo, particularmente quando temos poucos recursos, o que sucede quando o adversário destruiu todos os nossos carros de combate e, como são eles (e algumas cartas de suporte) que delimitam o número máximo de recursos ficamos, normalmente, só a poder jogar um carro de combate por turno, o que é derrota certa quando confrontados com um oponente cheio de carros de combate, e, além disso, quando os três espaços à volta do nosso HQ estão ocupados torna-se impossível jogar mais carros de combate, o que aponta para uma derrota quase certa, pois não existem muitas cartas capazes de mudar o jogo completamente, aspeto que retira alguma espetacularidade ao jogo. Mas pela positiva há que admitir que: a música está bem enquadrada no jogo; os desafios são uma opção interessante para permitir uma maior variedade e longevidade ao jogo; a estratégia envolvida no posicionamento é uma mecânica refrescante no género; os entusiastas do sector podem rejubilar com uma recriação fiel (dentro do género do jogo claro) de uma batalha entre frentes; vai estar disponível uma espécie modo campanha; e é gratuito e, pelo que aparenta, é fácil ganhar dinheiro de jogo e pontos de experiência, não havendo muita vantagem para que investe dinheiro real.
Concluindo, World of Tanks Generals parece ser um jogo refrescante para os fãs da série que procuram uma experiência diferente, contudo, podia estar mais apelativo e demonstrar mais uma intenção de divertir o jogador e não tanto de o obrigar a fazer grandes e complexas jogadas estratégicas. Ainda assim, e inevitavelmente, comparando ao rival do género, Hearthstone, a verdade é o jogo da Blizzard fica num patamar diferente, pois não só prima por uma maior diversão como que, no geral, acaba por ser melhor em tudo, embora esta seja só a Beta do título de carros de combate da Wargaming.net.
Expetativa: Média — Ainda que apresente uma boa adaptação do universo de World of Tanks para TGC e alguma boa inovação, a verdade é que ainda pode melhorar certos aspetos, como o apelo geral, ambiente de jogo e dinâmica da jogabilidade.
Por: Elektrospektrus
Em: http://the-tenth-art.webnode.pt/products/world-of-tanks-generals-primeiras-impressoes/