Todos nós tivemos os nossos bosses favoritos, os nossos bosses mais marcantes e aqueles que mais nos consumiram o juízo, quer pela sua dificuldade extrema ou pelo seu próprio carácter. Contudo, houveram também muitos bosses que nos desiludiram. Todos tivemos a experiência de que um certo boss, do qual tanto ansiávamos para derrotar, não foi nada do que estávamos à espera. Portanto, sem mais demora, prosseguirei em enumerar os cinco bosses que mais me desiludiram. Como sempre, esta lista é susceptível de conter SPOILERS, especialmente do final do jogo em questão.
Alduin - The Elder Scrolls V: Skyrim
E que melhor boss para começar senão aquele que todos os jogadores já ouviram falar? The Elder Scrolls V foi um sucesso enorme, afirmando-se como um título mais mainstream e acessível a todos. Como tal, o jogo padeceu de um dumbing down extremo que desagradou aos fãs da série, e esse dumbing down (anglicismo que significa tornar um jogo mais fácil de modo a agradar a uma maior massa casual) foi deveras evidente na luta final contra Alduin. O vilão do jogo prometia tudo para ser uma das batalhas mais épicas de sempre, dada a localização da mesma em Sovngarde e de termos ao nosso lado os heróis originais que outrora o derrotaram. Contudo, dada a extrema facilidade do jogo, a batalha é em si monótona, rápida e ridiculamente fácil, fazendo de Alduin um dos bosses mais subaproveitados dos últimos tempos.
Charles Lee - Assassin's Creed III
Assassin's Creed III foi um jogo estranho. Apesar de ter apresentado um mundo bastante interessante e com algumas localizações inesquecíveis, a história deixou muito a desejar. Desde o facto de que Haythan Kenway, personagem jogável durante as primeiras horas do jogo ter deixado uma impressão muito melhor do que o seu filho, Connor Kenway, ao facto de que a linha narrativa de Desmond Miles chegar a um fim dececionante, a história de ACIII foi pejada de más decisões e subaproveitamentos. Nesta índole, Charles Lee, o verdadeiro vilão de todo o jogo, vai crescendo como personagem e o jogador vai desenvolvendo um ódio crescente pelo mesmo, o que, tivesse o jogo sido bem feito acabaria numa batalha épica. Tal não aconteceu e o infame vilão teve o seu fim numa estalagem após uma perseguição e sentado à mesa com Connor, entre copadas e palavras de escárnio.
The Human Reaper - Mass Effect 2
Mass Effect 2 foi um excelente jogo e nada poderia apontar para o final que teve. Para grande surpresa do jogador, o objetivo dos Collectors, inimigo principal do jogo que, por sua vez, era cliente e criação do inimigo principal da série, os Reapers, era criar um Reaper humano feito com base em material genético obtido através da trituração de colonos humanos raptados pelos Collectors. Apesar de Shepard e a sua equipa terem chegado a tempo de parar esta criação, esta, ainda em fase embrionária, oferece luta, luta esta que se resumia a descarregar toda a munição no Reaper e que acabou tão rápido como começou, deixando um monte de perguntas relacionadas com essa própria entidade e que não foram respondidas. Admito que não joguei Mass Effect 3 e, portanto, não sei dizer se foram respondidas nesse jogo mas, posta de fora essa possibilidade, The Human Reaper foi o boss e inimigo mais ridículo e duvidoso posto pela Bioware em tempos recentes.
Legate Lanius/General Oliver - Fallout: New Vegas
Fallout: New Vegas foi um jogo muito bom e mostrou mudanças significativas em relação a Fallout 3, se bem que este tinha uma história mais pessoal e épica. Fallout: New Vegas é todo ele acerca de lutas políticas e do controlo da Hoover Dam, uma barragem análoga à barragem real com o mesmo nome e que tem o poder de, em New Vegas, de fornecer energia a uma nação completa. Dada esta importância, duas forças emergentes, a New California Republic e a Caesar's Legion, inimigos declarados, aspiram assumir o controlo da fatídica barragem, enquanto que o seu dono, o misterioso Dr. House, quer preservar a neutralidade e independência da mesma. É neste contexto que o Courier, personagem principal do jogo, aparece. O jogo culmina numa batalha final pela barragem, em que, dependendo da afinidade do jogador, cairá sobre a Legion ou sobre a NCR (aliada de Mr. House). Portanto, a batalha final dar-se-á com o jogador a enfrentar ou o Legate Lanius, general supremo da Legion, ou o General Oliver, general do exército da NCR. Enquanto que Lanius oferece alguma resistência e alguns ataques melee fora do comum, Oliver é um inimigo extremamente desinspirado e que pode ser morto como se de um inimigo normal se tratasse. Ainda para mais, ambas as lutas podem ser totalmente evitadas se o jogador possuir uma skill de Speech de 100. Foi um final monótono e desapontante para um dos melhores RPG dos últimos anos.
Rodrigo Borgia - Assassin's Creed II
Assassin's Creed II foi, na minha opinião honesta, o melhor Assassin's Creed. Contudo, a batalha final contra Rodrigo Borgia, um templário declarado que assumiu a função de Papa, deixou uma marca negra no jogo. Embora o facto de Ezio ter deixado Borgia viver após o derrotar possa ser atribuído à fidelidade histórica, visto que Rodrigo Borgia foi, de facto, um Papa que morreu envenenado (e como evidenciado fielmente pela sequela a ACII, de subtítulo Brotherhood), a luta em si foi desastrosa e uma verdadeira vergonha. Não oferecendo grande resistência na primeira secção do combate e não utilizando ataques especiais, a luta termina num confronto corpo a corpo do mais simples possível em que o ênfase parece ir todo para o discurso do Papa enquanto lhe vamos esvaziando o medidor de saúde.
Menções honrosas:
- Vendrick - Dark Souls II
- Mehrunes Dagon - The Elder Scrolls IV: Oblivion
- Rendon Howe - Dragon Age: Origins