Para nós, jogadores hardcore, DLC é um dos piores crimes a serem cometidos contra esta nossa amada indústria mas lamentavelmente são apenas mais um dos "percalços" nesta geração.... Mas vou tentar manter-me focado no tema dos DLC.
Quero começar por fazer o papel de advogado do diabo e lembrar que apesar de atualmente, defender DLC é quase o mesmo que defender Hitler, a ideia por detrás destes (dos DLC, não dos nazis) não é má, pelo contrário. Há anos que existem conteúdos extra para os jogos lançados depois destes, e anteriormente foram bem aceites. Porque então o modo de distribuição iria mudar a maneira como vemos conteúdos do género? A resposta é, como não podia deixar de ser, as companhias e as suas políticas.
Os videojogos tornaram-se o maior negócio de entretenimento dos últimos anos e como tal deixaram de ser uma subcultura underground em que quem trabalhava o fazia por amor à arte para se tornar presa do mundo empresarial..., e como qualquer grande empresa, as de videojogos não conseguiriam evitar (e desculpem a fina prosa que se segue) f¨*der bem f*dido o consumidor, e os DLC provaram ser a maneira mais eficaz de o fazerem de forma a terem custos reduzidos mas grandes rendimentos. Entenderam que não precisavam realmente de criar novo conteúdo rapidamente, bastava escolher algumas partes do jogo completo, cortar e vender à parte, muitas vezes no mesmo dia em que o jogo chega às lojas, ou oferecendo como incentivo à pré-reserva... Desta maneira conseguem as vendas do jogo, que custam normalmente entre €50 a €70 e mais algum dinheiro à parte com uma hora ou duas de conteúdo cortado que vendem por preços que chegam aos €20... É cerca de 40% do preço do jogo por uma dose mínima de conteúdo. Um excelente exemplo disto é o recente Evolve. No dia de lançamento comprar o jogo com todos os DLC que haviam saído fazia o preço do jogo escalar para cerca de $150, se não me engano.
Cem dólares de DLC. Dava para comprar mais dois jogos acabados de sair. Mas não, recebemos um season pass (porque é óbvio que também se tem que vender DLC que ainda nem sequer saíram. Algo parecido aconteceu na Holanda no século XVII com tulipas... E a borbulha estourou como algum dia irá estourar esta), um monstro extra, mais duas personagens humanas e muitos, muitos cosméticos. Cem dólares.
Porquê esta necessidade de inflacionar tanto os preços dos DLC? Por que é que conseguem pôr preços ridículos em conteúdo tão parco e desprezível do ponto de vista do gameplay e história como "cosmetics"? Porque há (é verdade!) quem compre. Muita gente compra apenas um par de jogos por ano e como tal, não lhes faz qualquer diferença pagar mais algum dinheiro por pouco material e de pouca qualidade. Não iam gastar o dinheiro em outros jogos, mais vale investirem no que compraram para lhes durar mais um bocadinho. Não querem saber do preço exagerado. Não querem saber que estão a financiar práticas que roçam o roubo à mão armada. Querem só MAIS e não têm problemas em pagar uns €7 por um mísero chapéu... E o que muita gente parece não compreender é que "nós" que sim prestamos atenção a estes temas não passamos de uma minoria. Como já disse, o gaming deixou de ser uma subcultura. Hoje em dia toda a gente mais as suas mães jogam alguma coisa. E como em tudo o resto, quando algo se torna famoso e aceite desta maneira, quem se lixa são os fãs de longa data.
E nem vou entrar noutros submundos dos DLC como as micro transações, modelos pay-to-win, et cetera, et cetera...
MAS! (é um excelente "mas"), ainda há companhias que nos tratam como gente e criam bom conteúdo distribuído via download. Borderlands 2 tem DLCs que superam em qualidade o jogo base (e também mais fracos, mas verdade seja dita, é uma festa de DLC aquilo...), Fallout, The Elder Scrolls (ironicamente, foi Oblivion que começou a loucura dos DLC com um par de armaduras de cavalo feias) e muitos outros fazem DLC bem. Material com substância, que chegam quase ao nível das desaparecidas Expansion Packs (RIP) e nos mostram o potencial deste novo meio de distribuição.
É triste ver estas situações, mas é bom saber que ainda há "lá em cima" quem se importe minimamente com o trabalho que faz e com nós, jogadores. Lamentavelmente são poucos...
Vou terminar este "rant" por aqui, porque até já me estiquei demasiado e não quero aborrecer ninguém com esta parede de texto. Se algum dia sinta necessidade, continuarei a partilhar convosco o que me vai pela cabeça em relação a DLC... Chamemos a isto "parte 1"... Mas não deixem de partilhar as vossas opiniões em relação ao tema nos comments, que para isso lá estão.
"Over and out", Tiago Santos a.k.a. Jackhitman
Os videojogos tornaram-se o maior negócio de entretenimento dos últimos anos e como tal deixaram de ser uma subcultura underground em que quem trabalhava o fazia por amor à arte para se tornar presa do mundo empresarial..., e como qualquer grande empresa, as de videojogos não conseguiriam evitar (e desculpem a fina prosa que se segue) f¨*der bem f*dido o consumidor, e os DLC provaram ser a maneira mais eficaz de o fazerem de forma a terem custos reduzidos mas grandes rendimentos. Entenderam que não precisavam realmente de criar novo conteúdo rapidamente, bastava escolher algumas partes do jogo completo, cortar e vender à parte, muitas vezes no mesmo dia em que o jogo chega às lojas, ou oferecendo como incentivo à pré-reserva... Desta maneira conseguem as vendas do jogo, que custam normalmente entre €50 a €70 e mais algum dinheiro à parte com uma hora ou duas de conteúdo cortado que vendem por preços que chegam aos €20... É cerca de 40% do preço do jogo por uma dose mínima de conteúdo. Um excelente exemplo disto é o recente Evolve. No dia de lançamento comprar o jogo com todos os DLC que haviam saído fazia o preço do jogo escalar para cerca de $150, se não me engano.
Cem dólares de DLC. Dava para comprar mais dois jogos acabados de sair. Mas não, recebemos um season pass (porque é óbvio que também se tem que vender DLC que ainda nem sequer saíram. Algo parecido aconteceu na Holanda no século XVII com tulipas... E a borbulha estourou como algum dia irá estourar esta), um monstro extra, mais duas personagens humanas e muitos, muitos cosméticos. Cem dólares.
Porquê esta necessidade de inflacionar tanto os preços dos DLC? Por que é que conseguem pôr preços ridículos em conteúdo tão parco e desprezível do ponto de vista do gameplay e história como "cosmetics"? Porque há (é verdade!) quem compre. Muita gente compra apenas um par de jogos por ano e como tal, não lhes faz qualquer diferença pagar mais algum dinheiro por pouco material e de pouca qualidade. Não iam gastar o dinheiro em outros jogos, mais vale investirem no que compraram para lhes durar mais um bocadinho. Não querem saber do preço exagerado. Não querem saber que estão a financiar práticas que roçam o roubo à mão armada. Querem só MAIS e não têm problemas em pagar uns €7 por um mísero chapéu... E o que muita gente parece não compreender é que "nós" que sim prestamos atenção a estes temas não passamos de uma minoria. Como já disse, o gaming deixou de ser uma subcultura. Hoje em dia toda a gente mais as suas mães jogam alguma coisa. E como em tudo o resto, quando algo se torna famoso e aceite desta maneira, quem se lixa são os fãs de longa data.
E nem vou entrar noutros submundos dos DLC como as micro transações, modelos pay-to-win, et cetera, et cetera...
MAS! (é um excelente "mas"), ainda há companhias que nos tratam como gente e criam bom conteúdo distribuído via download. Borderlands 2 tem DLCs que superam em qualidade o jogo base (e também mais fracos, mas verdade seja dita, é uma festa de DLC aquilo...), Fallout, The Elder Scrolls (ironicamente, foi Oblivion que começou a loucura dos DLC com um par de armaduras de cavalo feias) e muitos outros fazem DLC bem. Material com substância, que chegam quase ao nível das desaparecidas Expansion Packs (RIP) e nos mostram o potencial deste novo meio de distribuição.
É triste ver estas situações, mas é bom saber que ainda há "lá em cima" quem se importe minimamente com o trabalho que faz e com nós, jogadores. Lamentavelmente são poucos...
Vou terminar este "rant" por aqui, porque até já me estiquei demasiado e não quero aborrecer ninguém com esta parede de texto. Se algum dia sinta necessidade, continuarei a partilhar convosco o que me vai pela cabeça em relação a DLC... Chamemos a isto "parte 1"... Mas não deixem de partilhar as vossas opiniões em relação ao tema nos comments, que para isso lá estão.
"Over and out", Tiago Santos a.k.a. Jackhitman