O que nos define enquanto indivíduos? Será o destino um padrão incontrolável ou apenas uma linha de orientação? Nariko procura responder a uma simples pergunta: Quando tudo acaba, quem és?
Heavenly Sword é um jogo de ação desenvolvido pela Ninja Theory exclusivamente para a PS3 e lançado em setembro de 2007. É, provavelmente, um dos primeiros jogos a ser valorizado pela companhia como imagem de marca.
O valor de um jogo pode ser quantificado de muitas formas. A possibilidade de o jogar diversas vezes, o seu valor comercial ou o sentimento que deixa em nós, o chamado valor sentimental. No que a este tema diz respeito, Heavenly Sword é um jogo de curta duração, umas dez horas de jogo na melhor das hipóteses. Os extras são reduzidos e de pouca valorização, sendo a abertura de outro nível de dificuldade o único fator relevante. Mas estes são essencialmente os fatores mais negativos do jogo. A partir daqui temos altos e baixos, sendo os altos dependentes da nossa forma de sentir o jogo, e os baixos, dependentes do nosso nível de exigência.
Há um tempo, procurando fazer um ranking das mais famosas e importantes personagens femininas nos videojogos, dei por mim a relembrar uma guerreira de temperamento altivo mas com um enorme coração. Por um motivo desconhecido fiquei completamente apaixonado por Nariko, a personagem principal de Heavenly Sword. Normalmente até não é uma surpresa a personagem principal ser tão transcendente, mas, neste jogo, cheio de outras personagens marcantes, Nariko é como um raio de luz no meio da escuridão.
Foi este sentimento que me levou de volta a este jogo da agora moribunda PS3. Havia um sentimento em mim, despertado pelo artigo de opinião, que me dizia para voltar a experimentar o jogo, a sentir de novo o que era estar na pela desta mulher na sua jornada pela honra e liberdade do seu povo.
Não há maior valor para um jogo que o sentimento que fornece aos seus jogadores, Heavenly Sword é um jogo que guardo com carinho, uma viagem melancólica envolta num sentimento de vingança, redenção, transcendência e sacrifício.
Não há maior valor para um jogo que o sentimento que fornece aos seus jogadores, Heavenly Sword é um jogo que guardo com carinho, uma viagem melancólica envolta num sentimento de vingança, redenção, transcendência e sacrifício.
A história do jogo é extremamente simples e objetiva. Um clã de guerreiros protege uma espada com poderes especiais, a chamada Heavenly Sword. Uma espada divina deixada para trás no tempo, uma espada que não pode ser empunhada por simples mortais sob pena de os consumir em poucos dias e até os levar à morte. Uma profecia estabelecia que um Guerreiro Divino (original detentor da Heavenly Sword) iria renascer e no seu percurso acabar com a guerra. É neste contexto de um clã totalmente devoto a preconceitos e tradições que a presença de Nariko, bem como as consequências do seu nascimento, se torna relevante. Nariko é vista como uma maldição para o clã, sendo discriminada pelo próprio pai, que por coincidência é só e apenas, o chefe desse mesmo clã. Esta é a premissa da narrativa.
O jogo é visualmente apelativo. Os gráficos são de uma qualidade superior e as sequências de vídeo do melhor ainda feito hoje em dia. O sentimento das personagens é transmitido de forma brilhante quer com base numa excelente caracterização, quer num excelente trabalho de voz.
Este jogo tem versão em português, com atores como Margarida Vila Nova, Ricardo Carriço, Inês Castel-Branco, Fernanda Serrano, Nuno Melo, Luís Esparteiro e José Wallenstein. Podia- -se esperar um decréscimo qualitativo face a uma versão em Inglês que apresenta uma qualidade inegável, mas o desempenho português, com óbvias referências para Margarida Vila Nova (Nariko) não fica aquém, com uma transmissão perfeita dos sentimentos da personagem principal.
Este jogo tem versão em português, com atores como Margarida Vila Nova, Ricardo Carriço, Inês Castel-Branco, Fernanda Serrano, Nuno Melo, Luís Esparteiro e José Wallenstein. Podia- -se esperar um decréscimo qualitativo face a uma versão em Inglês que apresenta uma qualidade inegável, mas o desempenho português, com óbvias referências para Margarida Vila Nova (Nariko) não fica aquém, com uma transmissão perfeita dos sentimentos da personagem principal.
Estando a falar de um jogo da Ninja Theory, a jogabilidade é, como seria de esperar, um fator essencial do jogo. Temos três estilos de luta, que, por sua vez, podem ser organizados numa variação considerável de golpes. Os estilos estão associados ao tipo de adversários à nossa frente. Nesse sentido, se estamos rodeados é melhor seguir um certo estilo, mas se o oponente bloquear facilmente os nossos ataques, será melhor optar por outro. O objetivo é estar numa mudança constante de estilos. O resultado final acaba por ser um espetáculo visual de proporções épicas.
O maior problema acaba por ser a ausência de um botão para bloquear os ataques dos inimigos. Nariko bloqueia automaticamente os ataques mas temos que estar parados ou contra-atacar com base num dos botões (triângulo). Acaba por resultar numa sensação de descontrolo não muito agradável.
O maior problema acaba por ser a ausência de um botão para bloquear os ataques dos inimigos. Nariko bloqueia automaticamente os ataques mas temos que estar parados ou contra-atacar com base num dos botões (triângulo). Acaba por resultar numa sensação de descontrolo não muito agradável.
O jogo, infelizmente, e apesar de ser curto, dá-nos a sensação de estarmos num ciclo constante de inimigos. Não há muita variação nos adversários e, com isto, o jogo sofre visivelmente. O facto de ficarmos bloqueados numa secção cada vez que somos atacados por uma horda também bloqueia o normal sentido de liberdade da ação.
Os bosses são uma das melhores surpresas. Completamente diferentes e em certos casos consideravelmente desafiantes. O único problema é mesmo uns quick time events que acontecem quando estão quase a ser derrotados, obrigando a uma reação demasiado rápida, impedindo-nos de desfrutar do que se está a passar no ecrã.
Os bosses são uma das melhores surpresas. Completamente diferentes e em certos casos consideravelmente desafiantes. O único problema é mesmo uns quick time events que acontecem quando estão quase a ser derrotados, obrigando a uma reação demasiado rápida, impedindo-nos de desfrutar do que se está a passar no ecrã.
Visualmente impactante, o jogo leva-nos por fenomenais paisagens. Ainda nos dias de hoje é em tudo atual, o que por si só já é um excelente indicador da qualidade gráfica do mesmo. A captura de movimentos corporais e faciais é outra grande vantagem do jogo. Aqui cabe referir que na versão original temos o já muito conhecido Andy Serkis a dar vida ao vilão, Boham. Não é a primeira vez que o ator tem participação em jogos, mais tarde voltaria à ação convertendo-se em Monkey no jogo Enslaved: Odyssey to the West.
Heavenly Sword é um excelente jogo de ação. Não é perfeito, sendo a sua curta duração o seu maior problema. Mas é um jogo com uma aura especial, onde os sentimentos fluem de forma intensa e onde nos sentimos parte de uma história diferente, embora algo clichê. Pode parecer um contra-senso, mas a verdade é que o jogo tem uma premissa muito simples: o mau quer uma coisa, os bons não a dão, o mau magoa os bons, o herói nasce, desenvolve-se e luta contra o vilão. Como disse, é simples, mas não é a simplicidade da história que interessa, mas a forma como ela é contada, e isso é feito perto da perfeição.
Um jogo recomendado, uma aventura que me ficou no pensamento e que emergiu como um vício impossível de controlar.
Nota Final: 80/100
Pontos Fortes:
Pontos Fracos:
Por: Blindsnake
Um jogo recomendado, uma aventura que me ficou no pensamento e que emergiu como um vício impossível de controlar.
Nota Final: 80/100
Pontos Fortes:
- História envolvente
- Personagens marcantes
- Prestações vocais
- Ambiente
- Gráficos
Pontos Fracos:
- Tempo de Jogo de aproximadamente dez horas
- Quick Time Events mal apresentados
- Pouco interesse para além da experiência inicial
- Sentimento de repititividade.
Por: Blindsnake