O terceiro capítulo da série Dragon Age define-se como um teste à capacidade de regeneração da Bioware depois de um período de extrema agitação com títulos que receberam pesadas mas justificadas críticas.
Comecemos pelo inicio… Dragon Age: Origins foi um jogo muito bem aceite pela comunidade gamer, a sua essência refletia tudo aquilo que sempre definiu a Bioware, um mundo absorvente, diversificado e estimulante e uma narrativa intensa e muito bem estruturada. O sucesso foi imediato recebendo numerosos prémios e criando uma respeitável base de fãs. Não foi com surpresa que pouco tempo depois Dragon Age II (daqui em diante DA2) foi lançado para o mercado numa atitude já tradicional por parte da EA (atual detentora da Bioware). O resultado não foi catastrófico mas a verdade é que o jogo ficou muito aquém do pretendido pelos fãs. DA2 não era dos piores jogos do mercado mas tinha uma herança terrivelmente pesada que nunca se mostrou capaz de ultrapassar. Com o avolumar de críticas, o departamento responsável por Dragon Age tinha que tentar reagir e reerguer um título que corria o risco de cair no ostracismo, como tal, dedicaram toda a atenção na criação de um mundo de jogo totalmente reformulado dando assim origem a Dragon Age: Inquisition.
Inquisition é uma continuação dos eventos de DA2, o conflito entre os Mages e os Templars está ao rubro e a solução passa por “meetings” de paz, reunindo elementos das diferentes fações e procurando um entendimento. Numa destas reuniões algo acontece resultando na destruição do local e na perda da vida de importantes membros de ambas a fações e dos mediadores do encontro (membros relevantes do Chantry). As imagens iniciais mostram o protagonista no The Fade sendo ajudado pela presença de uma mulher (cuja identidade será revelada com o desenrolar do jogo) e salvando-se a muito custo através do uso de um portal que o ajuda a regressar ao mundo real. Inicialmente tudo aponta a que o causante da tragédia seja ele, mas um estranho poder que emana da sua mão torna-se a única forma de salvação, alterando o papel de possível vilão para o papel de santo salvador. O título de Herald of Andraste é atribuído, a Inquisição criada e assim se inicia um novo Dragon Age.
O desenvolvimento do jogo segue os padrões dos anteriores títulos da produtora baseada numa evolução sustentável do mundo do jogo, das personagens e da jogabilidade. Não há como negar o óbvio, Inquisition é um jogo enorme com uma durabilidade muito acima da média. Um percurso rápido exige aproximadamente umas 75 horas de jogo, se houver preocupação com as missões secundárias e com as diferentes narrativas esse número sofre um aumento significativo. Sou uma pessoa que gosta de resolver todos os conflitos e explorar todas as opções, logo não é de estranhar ter finalizado Dragon Age: Inquisition com um tempo de jogo de 160 horas. Como se depreende, há muito para fazer neste jogo, quer seja a nível de recolha de itens, exploração de locais ou descoberta de segredos.
O desenvolvimento do jogo segue os padrões dos anteriores títulos da produtora baseada numa evolução sustentável do mundo do jogo, das personagens e da jogabilidade. Não há como negar o óbvio, Inquisition é um jogo enorme com uma durabilidade muito acima da média. Um percurso rápido exige aproximadamente umas 75 horas de jogo, se houver preocupação com as missões secundárias e com as diferentes narrativas esse número sofre um aumento significativo. Sou uma pessoa que gosta de resolver todos os conflitos e explorar todas as opções, logo não é de estranhar ter finalizado Dragon Age: Inquisition com um tempo de jogo de 160 horas. Como se depreende, há muito para fazer neste jogo, quer seja a nível de recolha de itens, exploração de locais ou descoberta de segredos.
A nossa primeira opção é a criação da nossa personagem, temos um editor que, sinceramente, se apresenta extremamente básico e umas animações incompreensíveis quando comparado com os restantes elementos visuais do jogo.
Procurando responder às críticas da excessiva repetibilidade e linearidade do segundo título, o jogo divide-se num grupo variado de localizações, umas massivas, outras mais pequenas, mas mostrando sempre uma enorme diversidade visual e paisagística. Este torna-se um dos grandes trunfos do jogo, a perspetiva de que o próximo local a explorar nada tem a ver com a anterior. De realçar que não estamos na presença de um verdadeiro mundo aberto, temos a liberdade de exploração das diferentes regiões, é certo, mas estamos sempre dependentes de um longo processo de carregamento que penaliza excessivamente a imersão. Os mapas estão repletos de quests, o que se por um lado não nos deixam ficar perdidos também não nos permite valorizar outros fatores de interesse, se a isso adicionarmos que 70% das missões secundárias têm um interesse mínimo (procurar itens, saber de desaparecidos, procurar uma cabra, etc.) não é de estranhar que em certos momentos apenas se esteja a “jogar por jogar”.
A jogabilidade teve o que se pode dizer um regresso às origens com a câmara tática, uma novidade que mostra a aposta na ação estratégica que de certa forma foi posta de parte no segundo jogo. Apesar de se saudar esta alteração, diversas vezes o comando do mesmo (versão jogada no PC) torna-se caótico, o que é irritante numa situação de maior tensão, pior só mesmo quando os companheiros não respondem às nossas indicações alterando por completo qualquer estratégia inicial. Dá a sensação que este jogo foi criado a pensar exclusivamente nas consolas pois é nelas que melhor se desenvolve. Apesar destes problemas, após algum tempo de adaptação tudo se torna mais fluído, havendo alguns momentos de extrema satisfação pela forma como atingimos certos objetivos.
De todas as características dos jogos da Bioware a que tem maior relevo é o desenvolvimento da narrativa e a evolução das personagens. Inquisition tem um sabor familiar com certas particularidades que nos fazem recordar outros títulos da produtora. Uma clara prova disso é o facto de termos de formar um grupo muito fora do comum e estabelecer princípios relacionais por forma a garantir a coesão do grupo. Neste crescimento narrativo facilmente se torna claro que missões relacionadas com cada personagem são um piscar de olho às Loyalty Missions de Mass Effect 2. Tudo gravita em torno da criação de uma instrumentalização do sentimento humano e isto acontece pela valorização e familiarização das diferentes personalidades dentro do grupo. Se nos preocuparmos pela nossa “família” qualquer decisão que seja preciso tomar ganha um relevo que de outra forma não aconteceria. Este processo, que na sua origem pode ser considerado de imersão perde-se ao longo da aventura por duas razões essenciais - a falta de uma narrativa empolgante e os extremos períodos de exploração dos cenários. O facto de o “grande inimigo” aparecer de forma residual não permite criar uma emoção real no jogador. As fendas que se abrem no céu, por sua vez, são apenas mais uma mecânica, um problema da solução imediata que de tanto rotineiro se perde na banalização. Esta derivação provoca um “fenda” no processo imersivo, o jogo não ganha o ritmo desejado e não fossem as personagens e as suas histórias de vida, nada justificaria o esforço em se atingir o epílogo do jogo.
De todas as características dos jogos da Bioware a que tem maior relevo é o desenvolvimento da narrativa e a evolução das personagens. Inquisition tem um sabor familiar com certas particularidades que nos fazem recordar outros títulos da produtora. Uma clara prova disso é o facto de termos de formar um grupo muito fora do comum e estabelecer princípios relacionais por forma a garantir a coesão do grupo. Neste crescimento narrativo facilmente se torna claro que missões relacionadas com cada personagem são um piscar de olho às Loyalty Missions de Mass Effect 2. Tudo gravita em torno da criação de uma instrumentalização do sentimento humano e isto acontece pela valorização e familiarização das diferentes personalidades dentro do grupo. Se nos preocuparmos pela nossa “família” qualquer decisão que seja preciso tomar ganha um relevo que de outra forma não aconteceria. Este processo, que na sua origem pode ser considerado de imersão perde-se ao longo da aventura por duas razões essenciais - a falta de uma narrativa empolgante e os extremos períodos de exploração dos cenários. O facto de o “grande inimigo” aparecer de forma residual não permite criar uma emoção real no jogador. As fendas que se abrem no céu, por sua vez, são apenas mais uma mecânica, um problema da solução imediata que de tanto rotineiro se perde na banalização. Esta derivação provoca um “fenda” no processo imersivo, o jogo não ganha o ritmo desejado e não fossem as personagens e as suas histórias de vida, nada justificaria o esforço em se atingir o epílogo do jogo.
Inquisition é um jogo bipolar, não são raros os momentos de desinteresse e falta de inspiração que contrastam com ocasiões de uma qualidade muito característica. Quero realçar a missão associada à tentativa de assassinato de Celena. Esta missão deveria ser o exemplo a seguir em todo o processo narrativo, a ação não é simplista ou esporádica mas sim centrada num contexto extremamente delimitado e conexo. O ritmo pausado tem o objetivo pré-definido de abrir caminho às situações frenéticas, o estilo aqui é indissociável ao estilismo de Mass Effect ou Mass Effect 2. Seguir estes padrões provavelmente iria limitar o tamanho do mundo de jogo mas permitiria a Inquisition recuperar a intensidade de Dragon Age: Origins.
As decisões são, tal como nos anteriores jogos da série, uma componente essencial. Criar um exército suficientemente vasto para confrontar o vilão do jogo requer trabalho em equipa, nestes parâmetros, a sala de guerra é uma adição interessante e original. Temos as missões em que participamos diretamente e outras em que enviamos alguém da nossa equipa. Nestas mecânicas temos três vias, a militar, a da espionagem e a da diplomacia, cada uma delas encaixando melhor ou pior nas diferentes missões à disposição. No fundo Skyhold (local onde estabelecemos fisicamente a Inquisição) torna-se um pequeno estado que estrategicamente estica os seus tentáculos de forma a ganhar influência e poder.
As decisões são, tal como nos anteriores jogos da série, uma componente essencial. Criar um exército suficientemente vasto para confrontar o vilão do jogo requer trabalho em equipa, nestes parâmetros, a sala de guerra é uma adição interessante e original. Temos as missões em que participamos diretamente e outras em que enviamos alguém da nossa equipa. Nestas mecânicas temos três vias, a militar, a da espionagem e a da diplomacia, cada uma delas encaixando melhor ou pior nas diferentes missões à disposição. No fundo Skyhold (local onde estabelecemos fisicamente a Inquisição) torna-se um pequeno estado que estrategicamente estica os seus tentáculos de forma a ganhar influência e poder.
Falta apenas referir uma mais que aceitável prestação vocal e um romance dentro dos padrões normais da Bioware. Como vem sendo hábito temos imensas opções de romance quer a nível hetero ou homossexual. O processo é simplista, falando diversas vezes com os diferentes companheiros vamos desenvolvendo as relações até atingir a tradicional “noite de sexo”. A partir daí o romance é reduzido à sua expressão mais básica, com referências mínimas. Seria interessante um desenvolvimento relacional após a oficialização da relação.
A banda sonora também se mostra extremamente competente, especialmente nos momentos de propensão épica.
A banda sonora também se mostra extremamente competente, especialmente nos momentos de propensão épica.
Avaliação Final:
Dragon Age: Inquisition é um RPG de longa duração, um jogo que concentra toda a sua força no plano global daquilo que pode oferecer. É um retorno da Bioware a melhores dias mas ainda longe da qualidade que sempre pautou a companhia. Nota-se trabalho e dedicação, a beleza visual do jogo é inegável, as paisagens vivas a contrastar com os cenários desolados introduzem uma variedade muito gratificante. As personagens são novamente o grande suporte do jogo e a razão que nos leva a regressar, só é pena o enredo principal nunca atingir os níveis épicos que este tipo de RPG necessitam para se destacar.
Pontos Positivos:
1. Mundo do jogo enorme e cheio de conteúdo.
2. Personagens diversificadas e interessantes.
3. Beleza gráfica.
4. Opções táticas.
5. Uma objetiva melhoria face ao jogo anterior
Pontos Negativos:
1. Vazios narrativos.
2. Fraco enredo principal.
3. Animações das personagens.
4. A câmara tática nem sempre funciona.
Nota Final : 82/100
Alternativas a Dragon Age: Inquisiton:
- Dragon Age: Origins
- The Elder Scrolls V: Skyrim
- The Witcher
Blindsnake
Segundas opiniões:
"A jogabilidade é aberrante, o mundo e muito vazio e muitas das quests secundárias não passam de "filler"... Mas estaria a mentir se dissese que as personagens não tem os seus momentos e que os cenários estão lindissimos e oferecem bastante tempo de jogo. É melhor que DA2 (era difícil não ser) mas não chega de longe ao nível de Origins... Tinha grandes esperanças para a série, mas agora só espero que este seja o último capítulo de algo que podia ter sido muito melhor do que o que foi."
7.5/10
- Jackhitman
Dragon Age: Inquisition é um RPG de longa duração, um jogo que concentra toda a sua força no plano global daquilo que pode oferecer. É um retorno da Bioware a melhores dias mas ainda longe da qualidade que sempre pautou a companhia. Nota-se trabalho e dedicação, a beleza visual do jogo é inegável, as paisagens vivas a contrastar com os cenários desolados introduzem uma variedade muito gratificante. As personagens são novamente o grande suporte do jogo e a razão que nos leva a regressar, só é pena o enredo principal nunca atingir os níveis épicos que este tipo de RPG necessitam para se destacar.
Pontos Positivos:
1. Mundo do jogo enorme e cheio de conteúdo.
2. Personagens diversificadas e interessantes.
3. Beleza gráfica.
4. Opções táticas.
5. Uma objetiva melhoria face ao jogo anterior
Pontos Negativos:
1. Vazios narrativos.
2. Fraco enredo principal.
3. Animações das personagens.
4. A câmara tática nem sempre funciona.
Nota Final : 82/100
Alternativas a Dragon Age: Inquisiton:
- Dragon Age: Origins
- The Elder Scrolls V: Skyrim
- The Witcher
Blindsnake
Segundas opiniões:
"A jogabilidade é aberrante, o mundo e muito vazio e muitas das quests secundárias não passam de "filler"... Mas estaria a mentir se dissese que as personagens não tem os seus momentos e que os cenários estão lindissimos e oferecem bastante tempo de jogo. É melhor que DA2 (era difícil não ser) mas não chega de longe ao nível de Origins... Tinha grandes esperanças para a série, mas agora só espero que este seja o último capítulo de algo que podia ter sido muito melhor do que o que foi."
7.5/10
- Jackhitman
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